Ora, ora, vivas... Quanta gente se manifestando... Obrigado a todos. Continuem, por favor. Acho que esta é a ideia. Quanto mais buscarmos manifestar nosso entendimento, nossa aceitação da mensagem e do ensinamento do Curso, tanto mais colaboraremos para a construção de um mundo no qual seja possível viver "o sonho feliz". Abandonado de uma vez por todas o aparente pesadelo que o sistema de pensamento do ego nos convida a construir, a partir da crença na separação.
Da leitura feita em grupo no encontro de ontem,
O "herói" sonho [T-27.VIII] - obrigado, Roberto -, vem mais uma vez a questão da necessidade do ego, de sua existência. Como tratá-lo? Ele é real? Ele não existe? Como tratar das coisas deste "mundo" em que aparentemente vivemos? Como lidar com o sistema de pensamento do ego, responsável, de acordo com o Curso, por todas as ilusões, por todos os auto-enganos?
Talvez, espero, nos seja de ajuda ouvir o que nos dizem Kenneth Wapnick e Richard Smoley, ambos conhecedores do Curso desde sua publicação, no texto do livro de D. Patrick Miller acerca do UCEM e de sua história.
Kenneth Wapnick diz que "uma das principais percepções equivocadas a surgir entre os estudantes do Curso é o 'conceito de que ouvir o Espírito Santo seja a coisa mais fácil do mundo - que uma breve meditação seja todo o necessário para conseguir que o Espírito Santo nos diga o que fazer. Mas a razão da existência do Curso, como um todo, é ajudar-nos a remover a interferência que bloqueia o Espírito Santo. Essa interferência é grande, e livrar-se dela não é tão simples. O ego não vai se dissolver imediatamente só porque você começa a pensar que quer que ele se dissolva'".
Para Richard Smoley, "as lições do Livro de Exercícios, como a [de] número 97, 'Eu sou espírito', e a [de] número 199, 'Eu não sou um corpo. Eu sou livre.', podem estimular os estudantes do Curso à perda de 'Uma firme ancoragem no físico... Frequentemente sentimos nos estudantes do Curso a falta de um alicerce firme, uma qualidade etérea ou sonhadora que talvez seja agradável ao convívio, mas [que] também pode representar um beco sem saída, espiritualmente falando'".
A essa qualidade, a que se refere Smoley, Wapnick diz identificar "como uma tendência entre os principiantes", dizendo ser "verdade que muitos dos estudantes recém-chegados ao Curso costumam ser sonhadores e visionários. Um amigo meu os chama de 'malucos-beleza'.".. E, continua, "Frequentemente constato que é preciso recomendar às pessoas:
Não se esqueçam de ser normais. Os estudantes [novos, inexperientes e ingênuos] podem acabar achando que não precisam trancar a porta à noite, pois o Curso lhes diz que confiem; podem cancelar o seguro, porque o Curso diz que não planejem o futuro; e podem se sentir culpados quando espirram, porque o Curso diz que 'a doença é uma defesa contra a verdade'. Daí eu precisar lembrá-los de serem normais. Naturalmente, que sejam solidários com alguém que está doente. Que não comecem a fazer sermão sobre o fato de a doença ser uma defesa".
Kenneth diz mais: "O que as pessoas costumam fazer é negar o ponto em que se encontram, ou procuram reinterpretar seu comportamento atual dentro das linhas intelectuais do Curso, em vez de se modificarem segundo a orientação interna. O Curso não nos pede que neguemos nossos sentimentos e experiências - de fato, ele faz exatamente o contrário. Ele diz que devemos olhar claramente para nossos sentimentos, a fim de 'trazê-los à verdade'. Não se pode fazer isto sem fazer aquilo, sem se estar plenamente consciente do que sentimos".
Patrick Miller continua: "Sem dúvida, a tendência a negar os próprios defeitos e contradições e a fugir às verdades incômodas é uma expressão universal da condição humana" e não é exclusiva dos estudantes do Curso, "mas é claro que alguns estudantes exploram como novos mecanismos de negação as ideias do Curso acerca do perdão e da natureza ilusória do mundo". Entretanto, de acordo com o que ele diz, recorrer à negação e à fuga é fugir a algumas das "diretrizes explícitas do Curso", tais como:
A honestidade não se aplica apenas ao que dizes. O termo, na verdade, significa coerência. Não há nada que digas que contradiga o que pensas ou fazes; nenhum pensamento contraria qualquer outro pensamento; nenhum ato trai tua palavra; e nenhuma palavra deixa de estar de acordo com outra. Esses são os verdadeiramente honestos. Eles não estão em conflito consigo mesmos em nenhum nível. Por isso é impossível para eles entrar em conflito com alguém ou com alguma coisa... O conflito é o resultado inevitável do auto-engano, e auto- engano é desonestidade. [M-4.II.1:4-9...2:4]
Cada pensamento que queres manter oculto corta a comunicação, porque queres que seja assim. É impossível reconhecer a comunicação perfeita enquanto cortar a comunicação tiver valor para ti. Pergunta a ti mesmo com honestidade: "Eu quero ter comunicação perfeita e estou totalmente disposto a abandonar para sempre tudo o que a atrapalha?" Se a resposta for não, então, a boa vontade do Espírito Santo para dá-la a ti não é suficiente para fazê-la tua, pois não estás pronto para compartilhá-la com Ele.
... Não serás capaz de aceitar a comunicação perfeita enquanto quiseres escondê-la de ti mesmo. Porque aquilo que queres esconder permanece escondido de ti. [T-15.IV.8:1-4...9:6-7]
Dito isto, juntamente com um pedido de desculpas por uma introdução tão longa - apesar de necessária -, vamos à lição 329, para este dia 25 de novembro. Uma lição que deve servir, tomara sirva, para nos ajudar a reconhecer que só há uma escolha a ser feita, se quisermos, de verdade, ser felizes. Praticamos, pois, assim:
Eu já escolhi aquilo que Tu queres.
1.
Pai, pensei que me desviava de Tua Vontade, que a desafiava, que quebrava suas leis e interpunha uma segunda vontade mais poderosa do que a Tua. Todavia, o que sou, na verdade, é apenas a Tua Vontade, estendida e se estendendo. Sou isto e isto nunca vai mudar. Da mesma forma que Tu és Um, eu também sou um Contigo. E isto eu escolhi na minha criação, quando minha vontade se tornou uma só com a Tua para sempre. Essa escolha foi feita para toda a eternidade. Ela não pode mudar para ficar em oposição a si mesma. Pai, minha vontade é a Tua. E eu estou seguro, tranquilo e sereno, em alegria infinita, porque é Tua Vontade que seja assim.
2. Hoje aceitaremos nossa união uns com os outros e com nossa Fonte. Não temos nenhuma vontade separada da d'Ele e somos todos um porque todos nós compartilhamos a Vontade d'Ele. A partir dela reconhecemos que somos um só. A partir dela encontramos, enfim, nosso caminho para Deus.