LIÇÃO 304
Que meu mundo não esconda a visão de Cristo.
1. Eu posso esconder minha visão sagrada, se impuser meu mundo a ela. E também não posso ver as cenas sagradas para as quais Cristo olha, a menos que utilize Sua visão. A percepção é um espelho, não um fato. E aquilo para que olho é meu estado de espírito projetado para fora. Eu quero abençoar o mundo olhando para ele com os olhos de Cristo. E olharei para os sinais infalíveis de que todos os meus pecados foram perdoados.
2. Tu me conduzes das trevas para a luz, do pecado à santidade. Permite que eu perdoe e, assim, receba a salvação para o mundo. A salvação é Tua dádiva, meu Pai, dada a mim para eu oferecer a Teu Filho santo, a fim de que eu possa encontrar novamente a memória de Ti e de Teu Filho tal qual Tu o criaste.
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COMENTÁRIO:As práticas deste domingo, dia 31 de outubro, nos oferecem a possibilidade de trazermos à consciência a ideia de que somos nós mesmos que escondemos a visão de Cristo, e de que, ao fazer, isso nos escondemos dela também.
Precisamos das práticas porque nos deixamos enganar a maior parte do tempo pela percepção, considerando-a o instrumento por meio do qual olhar para o mundo.
Precisamos das práticas para reaprender, ou para lembrar de que o que vemos fora de nós é apenas o reflexo daquilo que trazemos dentro. E que, quando não gostamos do que vemos fora, temos de mudar nossa forma de olhar, recorrendo ao que há de mais profundo e verdadeiro em nós e que só podemos alcançar no silêncio. Aquietando a mente. Deixando que o espírito se manifeste em nós. Permitindo que o espírito nos sirva de guia.
Precisamos das práticas porque aprender qualquer coisa, a dirigir um carro, a tocar um instrumento, a nadar, a andar de bicicleta, a falar uma língua estrangeiro, exige atenção, dedicação e uma vontade consciente.
Em meio a vários erros e acertos, o começo de qualquer aprendizado não parece muito divertido. Mas, uma vez dominada a técnica, aprendidos os movimentos e princípios básicos, automatizados os procedimentos, pode-se começar a relaxar e a perceber quão divertido é [pode ser] o resultado do aprendizado. Podemos começar a extrair o prazer e a desfrutar da alegria que resultaram de nossos esforços e de nossa atenção iniciais.
Uma vida espiritual, isto, uma vida que inclua o contato com algo mais do que apenas o corpo e os órgãos dos sentidos, que inclua o contato com o Espírito Santo, ou o divino em nós, também exige dedicação, esforço e atenção iniciais.
Depois de algum tempo de dedicação, esforço e atenção, porém, vamos nos descobrir em contato permanente com nós mesmos, com o Ser em nós mesmos. Mesmo que, às vezes, estejamos momentaneamente distraídos, vamos adquirir e internalizar em nosso dia-a-dia a certeza de que podemos ouví-Lo e buscar Sua ajuda e orientação o tempo inteiro, em qualquer circunstância, para todos os passos que queiramos dar em nossa vida.