quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

"O sábio traz as ilusões à verdade e as dissipa."


LIÇÃO 18

Não estou sozinho ao experimentar os efeitos de meu olhar.

1. A ideia de hoje é outro passo no aprendizado de que os pensamentos que dão origem ao que vês nunca são neutros ou sem importância. Ela também enfatiza a ideia de que as mentes são unidas, à qual se dará ênfase maior mais tarde.

2. A ideia de hoje não se aplica tanto ao que vês quanto ao modo como o vês. Por esta razão, os exercícios para hoje enfatizam este aspecto de tua percepção. Os três ou quatro períodos de prática que se recomenda devem ser feitos da seguinte forma:

3. Olha a tua volta, escolhendo sujeitos para a aplicação da ideia para hoje tão aleatoriamente quanto possível, e mantendo teus olhos sobre cada um deles por tempo suficiente para dizer:

Não estou sozinho ao experimentar os efeitos de como vejo __________ .

Conclui cada período de prática repetindo a declaração mais genérica:

Não estou sozinho ao experimentar os efeitos de meu olhar.

Cerca de um minuto, ou até menos, será suficiente para qualquer período de prática.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 18

A lição que o Curso nos oferece para as práticas e para exploração hoje complementa e amplia a tarefa de mostrar que nossos pensamentos nunca são neutros, assim como também não são neutras as coisas que vemos, pois que surgem a partir deles. Vamos à exploração? 

"Não estou sozinho ao experimentar os efeitos de meu olhar."

Para iniciar a conversa, a lição começa assim:

A ideia de hoje é outro passo no aprendizado de que os pensamentos que dão origem ao que vês nunca são neutros ou sem importância. Ela também enfatiza a ideia de que as mentes são unidas, à qual se dará ênfase maior mais tarde.

É forçoso recorrer à lógica, que pode nos oferecer um modo de compreender (lembrando-nos sempre de que compreender é aceitar) de modo mais fácil as implicações decorrentes da ideia que praticamos hoje. E também é forçoso que voltemos nossa atenção para o modo com que ela se relaciona a todas as ideias que praticamos antes.

Vejamos:

Não estou sozinho ao experimentar os efeitos de meu olhar.

É claro que, por exemplo, quando uma chuva muito forte se abate sobre o lugar em que moramos, percebemos que todos - ou quase todos - à volta de nós procuram abrigo, usam guarda-chuvas, saem de carro, ou, quando podem, não saem de casa. Correto?

Podemos dirigir nossa atenção para os pensamentos que temos comparando-os a uma chuva. Eles atingem também todas - ou quase todas - aquelas pessoas e coisas que povoam nossa mente. É claro, então, que todas elas - ou quase todas, pessoas ou coisas - experimentam conosco o efeito do que vemos. Mas apenas na medida em que elas ainda não tenham tomado a decisão de não se deixarem influenciar pelo que a percepção mostra. Quer dizer, apenas enquanto elas ainda não tomaram a decisão de olhar para o mundo de modo diferente, a partir da sintonia com o divino em si.

Não estou sozinho ao experimentar os efeitos do meus olhar. 

A ideia de hoje não se aplica tanto ao que vês quanto ao modo como o vês. Por esta razão, os exercícios para
hoje enfatizam este aspecto de tua percepção.

Mais uma vez: não vemos nenhuma coisa neutra porque nossos pensamentos (quase) nunca são neutros, são imagens que fazemos e não significam coisa alguma. Eles nos mostram um mundo sem significado, um mundo que não foi criado por Deus. Um mundo que nos dá medo e que nos deixa transtornados a maior parte do tempo.

Voltemos a uma parte de um dos comentários de Tara Singh para a lição de número oito:

"O sábio traz as ilusões à verdade e as dissipa. Ele vê o falso como falso. E, então, ele percebe que aquilo de que não gosta fora de si mesmo é o que ele é. Ele lida consigo mesmo, sabendo que sua Realidade não pode ser ameaçada."

Às práticas? 

OBSERVAÇÃO: 

Salvo pequenos acréscimos e correções ortográficas, este comentário praticamente repete o comentário feito a esta lição no ano passado. Aproveitei-me inclusive do título dado à postagem.
  

2 comentários:

  1. Para facilitar: reflexões de Moises em 17/01/2012
    A ideia que o Curso apresenta para nossas práticas nesta terça-feira, dia 17 de janeiro, complementa e, de certa forma, estende o alcance da ideia que praticamos ontem. Traz consigo uma oportunidade nova para dar sequência ao processo de abandonar a crença de que podemos ser imparciais, neutros, em relação a qualquer coisa neste mundo. É, eu diria, uma reafirmação do princípio da incerteza que nos deu Heisenberg, ao concluir que todo observador afeta os resultados da experiência que faz e que, por consequência, os resultados de uma experiência qualquer não podem ser indicadores da neutralidade. Isto é, são sempre subjetivos. Pois não existe um observador objetivo. Nada mais lógico, uma vez que o observador traz consigo uma longa carga de referências emocionais que o ligam aos objetos de sua pesquisa.


    Como já disse antes também, a ideia para as práticas de hoje serve para nos chamar a atenção para o fato de que rara e dificilmente somos capazes de ver as coisas de forma imparcial ou neutra. Isto é, sem tomar uma posição. Ninguém nunca nos ensinou que o mundo - e as coisas nele - é neutro.Por isso não nos sentimos capazes ver as coisas, as pessoas, as situações como neutras. Quase nunca. Pois todos os nomes que damos a elas estão quase que invariavelmente carregados de um conteúdo emocional, que vem de muito longe no tempo.


    As palavras que aprendemos a usar para exprimir nosso conhecimento do mundo e para nos referirmos às coisas todas do e no mundo, seja qual for a língua em que aprendemos a usá-las, são quase sempre carregadas desse conteúdo emocional que, em geral, não podemos ver. Um conteúdo emocional que não pode ser transmitido. Isto é, quando usamos qualquer palavra, a pessoa que nos ouve pode não ter a menor ideia do significado que ela tem para nós. Da mesma forma que nós não somos capazes de identificar a carga emocional que há em uma palavra utilizada por alguém para se referir a alguma coisa. Tanto é assim que qualquer palavra comum e simples como, por exemplo, caneta pode despertar milhões de lembranças diferentes, para o bem ou para o mal, para a alegria ou para o desconforto em cada uma das pessoas a quem ela for dita.

    Muitas vezes não nos damos conta do que há por trás de determinadas palavras que dizemos ou de expressões de que nos valemos para comunicar algum fato ou alguma circunstância de que fomos testemunhas. Outras, a partir da reação das pessoas com quem falamos, somos surpreendidos com a acusação de preconceituosos, de parciais, de "puxar a brasa" para nosso próprio assado ou de buscar favorecer um lado em detrimento de outro e por aí afora. Sem perceber que o preconceito vem de longe, das experiências vividas por tais pessoais com tais palavras e expressões. Outras vezes ainda somos nós mesmos a reagir "mal" a uma palavra ou expressão que ouvimos.


    Não é, pois, à toa que a linguagem é algo vivo, algo que muda constantemente para, nalguns casos, retirar a carga que determinadas palavras e expressões trouxeram consigo ao longo do tempo desde que são usadas. Daí a importância de dedicarmos nossa atenção a cada uma e a todas as coisas que vamos escolher usar durante o exercício. Cada uma delas traz em si a possibilidade de nos abrir os olhos para o fato de que não existe nada no mundo a respeito de que possamos nos considerar neutros.

    Como já disse anteriormente a respeito desta ideia, aprendemos desde sempre a atribuir qualidades a tudo o que vemos e até àquilo que ainda não vemos ou conhecemos, muitas vezes. Ou já não ouvimos dizer - ou nós mesmos já não dissemos - "não vi e não gostei"? Ou, quando respondemos a alguém que nos oferece algo novo para experimentar - "não, nunca experimentei, mas não gosto". Isto pode, de alguma forma, ser exemplo de neutralidade?

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  2. Obrigado, Cida.

    Não tinha me ocorrido fazer isso.

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